Festivais de Cinema no Rio de Janeiro e Ceará selecionam documentário sobre o Samba da Ilha do Massangano

As diferenças entre duas manifestações culturais de tradição na Ilha do Massangano, localizada no Rio São Francisco, em Petrolina – PE, é o fio condutor do documentário “O Samba: na ilha, da Ilha”. Produzido pelas jornalistas Naiara Soares e Quercia Oliveira, o produto midiático apresenta peculiaridades da cultura popular ribeirinha e será uma das produções apresentadas neste sábado (22) na 5ª edição do Festival Visões Periféricas, que começou no dia 19 e vai até dia 26 no Rio de Janeiro (RJ).

Em 19 minutos, as roteiristas e produtoras apresentam aspectos do Reisado – que acontece em janeiro durante os festejos de Reis na Ilha – e do Samba de Véio, manifestação que se tornou um produto cultural da região, internacionalmente conhecido. Depoimentos de adultos e crianças, moradores/as da Ilha, intercalados com imagens das danças populares e do modo de vida da comunidade compõem a narrativa de “O Samba: na ilha, da Ilha”, provocando no espectador a curiosidade de ver de perto as manifestações e o desejo de debater a relação entre mídia e cultura.

Resultado do Trabalho de Conclusão de Curso das duas jornalistas na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, o vídeo documentário, produzido em 2010 sob a orientação do Profº Paulo Soares, foi também o único vídeo baiano selecionado para a 7ª edição do Festival Latino Americano de Cinema de Canoa Quebrada, que acontecerá de 5 a 10 de dezembro, em Aracati (CE).

A exibição em dois Festivais de grande relevância no cenário do audiovisual brasileiro, certamente fará do “O Samba: na ilha, da Ilha” uma referência na discussão entre comunicação e cultura popular, com destaque para a relação entre a originalidade das manifestações culturais e as nuances da projeção midiática, o que torna perceptível as diferenças entre, por exemplo, o samba na ilha e o samba da ilha.
FICHA TÉCNICA


Título no Brasil: O Samba: Na Ilha, Da Ilha

Título original: O Samba: Na Ilha, Da Ilha

País de origem: Brasil

Ano: 2010

Gênero: documentário

Tempo de duração: 19 minutos

Direção, produção e roteiro: Naiara Soares e Quercia Oliveira

Orientação: Paulo Soares Neto

Imagens: Jerminson Pereira, Naiara Soares e Quercia Oliveira

Edição: Itamar Nascimento, Quercia Oliveira e Robério Peixinho

Fotos: Quercia Oliveira

Músicas: Cantiga de Reis (Samba de Véio), Coisa bonita (Samba de Véio), Eu vim da ilha (Samba de Véio), Mulher teimosa (Samba de Véio) e Eu vim da ilha (Remix DJ Panzarine).


SAIBA MAIS SOBRE OS FESTIVAIS:


Festival Visões Periféricas – De 19 a 26, Rio de Janeiro

Festival Latino Americano de Cinema de Canoa Quebrada – De 5 a 10 de dezembro, Ceará

CONTATOS:

Naiara Soares: (74) 8815-8957

Quercia Oliveira: (74) 8803-3369

Érica Daiane - Assessoria de Comunicação: (74) 9105-1288/ 8811-2998

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Projeto Sonora

O maior projeto de circulação musical brasileiro,o Projeto Sonora,promovido pelo Sesc, chega a Pernambuco neste mês de julho para uma temporada de 16 apresentações no Recife, Região Metropolitana e Interior do Estado. O grupo Caixeiras do Divino, do Maranhão, que representa a tradição da Festa do Divino Espírito Santo, é a atração deste primeiro circuito (de um total de quatro programados para o ano). Amanhã (27) as maranhenses chegam a Triunfo. E seguem pelas cidades de Carnaíba (28), Bodocó (30), Araripina (31) e Petrolina (1°/08). As apresentações acontecem sempre às 20h. 

Em 2011, Pernambuco ainda irá receber os grupos: Comitiva de São Benedito da Marujada de Bragança (PA) – em agosto; Banda de Congo Panela de Barro (ES) – em outubro; e o Quarteto Colonial (RJ) – em novembro. Todos compõem as atrações do tema: Sagrados Mistérios: vozes do Brasil, que destaca o repertório da música vocal presente nas festividades populares em devoção às entidades religiosas. 

Pela primeira vez, o projeto foi planejado para dois anos, a fim de permitir a itinerância de forma mais ampla e menos cansativa para os grupos. São dois temas, com quatro grupos cada, que farão a circulação de maneira alternada entre 2011 e 2012. Além do Sagrados Mistérios: vozes do Brasil, que circula em 2011 pelas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a coordenação do projeto escolheu o tema: Sotaques do Fole, que apresenta o acordeão em suas variantes regionais ligadas à tradução oral, que irá circular pelo Sul e Sudeste do país. Em 2012, eles invertem às regiões. 

Pernambuco tem mais uma vez um representante no projeto. O músico Truvinca, com sua sanfona de oito baixos. Heleno Pereira dos Santos, o Truvinca, foi escolhido por que o seu trabalho tem grande significado para a preservação e difusão da música popular do Nordeste. Ele se apresenta no Sonora Brasil acompanhado de Alex da Zabumba e Paulinho do Triângulo, completando a formação típica dos conjuntos nordestinos. Confira os locais das apresentações no site www.sescpe.com.br.A entrada é gratuita.

Enrolados

- Olha só, o animal subindo a ladeira.

Subindo telhados, novinho coitado!

Vestindo em uma malha apertada e fumando um giz enrolado, rebolando as juntas da cintura pra baixo, juntos a seus dois amigos de olhos envesgados.

Será que os dois eram irmãos, com o mesmo rosto e tão diferentes?

Um forte e um magro, um grande e o outro pequeno, um negro e um branco, em comum eram os olhos envesgados.

O menino agora chora, ao invés de estudar, engolindo pó para ajudar o pai trabalhar.

Será coincidência ou ironia do destino, este outro menino ter problemas nos olhos?

Um olho aberto e outro fechado.

Uns achavam que era esperteza, e outros o achavam abestalhado, e novamente os olhos trocados chamou atenção do coadjuvante do filme de longa-metragem.

Em vez de subir, descia ladeiras de cima pra baixo.

Foi ai que pediu um trocado, e acabou trocando as ruas por ensaios...enrolados, a fim de desenrolar e multiplicar seus dons inusitados. 

Rodas de Crianças

Observando filtro dos sonhos encantados,

Sonhos com litros de águas derramadas.

Ver o espelho, refletindo luzes brancas.

Passando o tempo, sem se dar conta.

Em cidade de primeiro mundo,

plana, triste e perfeitamente bela.

Constatamos que a vida pode ser bela!

Sem altos e baixos, tudo planejado, embalsamado, tudo tecnicamente colocado.

Quase tudo, menos as cracolândias existentes por todas as partes, formadas por adultos e crianças, velhos engomados, grupos de esfarrapados, maltrapilhos, e até mutilados,  polidos e alisados, gangues e “bandos de pássaros, e algumas borboletas”, a rodar entre cabeças, podres e aniquiladas, pela pedra maldita.

Em rodas de crianças, em rodas de cirandas do maracatu, do coco e do São Gonçalo.

Partindo corações e destruindo vidas. 

Se é que se pode, ser considerada vida.

Vivos, em um mundo obscuro, de inverdades e fraquezas... 

Vivos, cada um, no seu mundo. Nosso mundo!

Em rodas de crianças, rodas de cirandas do maracatu, do coco e do São Gonçalo.

Roda o tempo todo, roda o mundo todo, roda voltas e mais voltas.

"Sem Planos"

Estava nos meus planos,

Tomar banho de chuva sob trovões e relâmpagos.

Estava nos meus planos viver com um Anjo.

Que tem o poder de decifrar todos os meus desejos.

Que tem o poder de me apertar com seus beijos, secos e doentios, que chega a incomodar por ter tanta ternura.

Já estava nos meus planos, não ter que provar o meu amor.

Sem planos, foi querer você cada vez mais distante de mim.

Não conseguimos tornar nossos destinos cabíveis.

Longe será melhor, confie em mim.

O meu amor irá lhe proteger.

A mesma fé que deposite, pra te encontrar, será a mesma fé que usarei pra te salvar... sempre.

As fantasias loucas que nos envolveram tornaram-se bobas de mais, o nosso mundo era perfeito de mais, idiota de mais... para mim, quem sempre foi a favor de momentos imprevisíveis, idéias contrarias, de dias anormais, de acontecimentos impossíveis, dos beijos incontroláveis, da armadilha segura.

Ainda te amo... amo de verdade, sem medo e sem piedade, altruistícamente!

Mas já estava nos meus planos, não ter que provar o meu amor.

Sem planos foi querer você cada vez mais distante de mim.

E quando ver um pássaro voando lá no céu lembre-se de mim

Lembre-se dos meus abraços abertos fechando-se contra ti  

Lembre-se do a perto de mão de quando íamos ao ponto de ônibus

Mas lembre-se mais ainda de quando fiz as malas e fui embora de tua vida

Essa lembrança te fortalecerá e você entenderá que, quero você cada vez mais distante de mim.

Em frente ao ventilador, para não morrer de calor.

As vezes eu penso, que você deveria me deixar em paz. 

Já que, usei todos os artifícios para te detonar.
Você é teimoso e insistente.

Não suporto sua presença. 

Que não me deixa dormir nem sonhar com os anjos.

Que não me deixar ler um "livro" que sempre gosto de tragar.
Eu não vejo a hora de te matar... mosquito chato! 

(Lembra um poema de Carlos Drummond de Andrade sobre um pernilongo).

"Quando tomamos decisões que mudam o trajeto de nossas vidas,

fico imaginando, de como poderia ser os próximos dias, se tivéssemos feito diferente".