Observando filtro dos sonhos encantados,
Sonhos com litros de águas derramadas.
Ver o espelho, refletindo luzes brancas.
Passando o tempo, sem se dar conta.
Em cidade de primeiro mundo,
plana, triste e perfeitamente bela.
Constatamos que a vida pode ser bela!
Sem altos e baixos, tudo planejado, embalsamado, tudo tecnicamente colocado.
Quase tudo, menos as cracolândias existentes por todas as partes, formadas por adultos e crianças, velhos engomados, grupos de esfarrapados, maltrapilhos, e até mutilados, polidos e alisados, gangues e “bandos de pássaros, e algumas borboletas”, a rodar entre cabeças, podres e aniquiladas, pela pedra maldita.
Em rodas de crianças, em rodas de cirandas do maracatu, do coco e do São Gonçalo.
Partindo corações e destruindo vidas.
Se é que se pode, ser considerada vida.
Vivos, em um mundo obscuro, de inverdades e fraquezas...
Vivos, cada um, no seu mundo. Nosso mundo!
Em rodas de crianças, rodas de cirandas do maracatu, do coco e do São Gonçalo.
Roda o tempo todo, roda o mundo todo, roda voltas e mais voltas.
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