Observando filtro dos sonhos encantados,
Sonhos com litros desamparados.
Ver o espelho, refletindo luzes brancas.
Passando o tempo, sem se dar conta.
Soteropolitanos, em cidade de primeiro mundo,
plana, triste e perfeitamente bela.
Pois é, meus queridos – A vida pode ser bela!
Sem altos e baixos, tudo planejado, embalsamado, tudo tecnicamente colocado.
Quase tudo, menos as cracolandias existentes por toda parte, por adultos e crianças, velhos e cachorros, grupos, gangues e bandos... de pássaros, e algumas borboletas, a rodar entre cabeças, podres e aniquiladas, pela pedra maldita.
Em rodas de crianças, em rodas de cirandas do maracatu, do coco e do São Gonçalo.
Partindo corações e destruindo vidas. Se é que pode, ser considerada vida.
Naquele mundo obscuro, de inverdades e fraquezas,
Naquele mundo não!
Naquele nosso mundo.
- Olha só, o animal subindo a ladeira.
Subindo telhados, novinho coitado!
Vestindo malha apertada e fumando um giz enrolado, rebolando as juntas da cintura pra baixo, juntos a seus amigos com olhos envesgados,
Será que eram irmãos, com o mesmo rosto e tão diferentes?
Um forte e um magro, um grande e o outro pequeno, um negro e um branco, mas, os dois tinham os olhos envesgados.
O menino agora chora, ao invés de estudar, engolindo pó para ajudar o pai trabalhar, subindo telhados.
Será coincidência ou ironia do destino, este outro menino ter problemas nos olhos?
Um olho aberto e outro fechado.
Uns achavam que era esperteza, e outros achavam abestalhado, e novamente os olhos trocados chamou atenção do coadjuvante do filme de longa-metragem.
Em vez de subir, descia ladeiras de cima pra baixo,
foi ai que pediu um trocado, e acabou trocando as ruas por ensaios.
Rodas de crianças, rodas de cirandas do maracatu, do coco e do São Gonçalo.
Roda o tempo todo, roda o mundo todo, roda voltas e mais voltas.
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